COPA JOÃO HAVELANGE: O SURGIMENTO DO FENÔMENO AZUL CHAMADO SÃO CAETANO

Time base do São Caetano em 2000

Salve torcedor brasileiro!

Fenômeno é definido no dicionário como "tudo o que se observa na natureza" ou "fato ou evento que pode ser descrito e explicado cientificamente".

Então, ouso dizer que há controvérsias em alguns casos. E aí, caro leitor, você me perguntará por quê?... e eu explico...

Como podemos descrever a ascensão de um clube que saiu do anonimato no ABC paulista, para chegar a disputar duas finais de Campeonatos Brasileiros seguidas e uma final de Libertadores em menos de dois anos? Pois é, esse foi o caso do São Caetano, que entre os anos de 2000 e 2002 alcançou feitos quase que inacreditáveis e de fazer inveja para muito clube grande brasileiro por aí. E isso tudo com apenas 11 anos existência, pois sua fundação se deu em 1989.

Mas vou contar o relato da Copa João Havelange de 2000. Essa que talvez tenha sido a campanha mais marcante de todas, pois foi a primeira aparição do São Caetano no cenário nacional. E acredito que com o melhor time da história do clube também.

Tudo começou em 1999, quando o Gama, clube do Distrito Federal, se sentiu prejudicado no caso de idade adulterada do jogador Sandro Hiroshi, acabando rebaixado para a Série B do Brasileirão. Após diversas brigas nos tribunais, o clube da capital federal ganhou o direito de participar da primeira divisão na justiça comum. Fato que proporcionou uma grande virada de mesa no nosso Futebol, pois o campeonato nacional não seria organizado pela CBF naquele ano, e sim pelo extinto Clube dos 13 (liga que era composta pelos 13 clubes de maior torcida do país e atualmente conta com 20 membros), proporcionando a volta de clubes grandes que deveriam disputar a segunda divisão diretamente para a primeira, como o Fluminense, por exemplo.

O regulamento daquele campeonato era extremamente confuso, tanto que a competição foi divida em módulos onde se classificaram para as fases finais os 13 melhores times do módulo azul (1ª divisão); os 2 melhores do módulo verde (2ª divisão) e o melhor do módulo branco (3ª divisão). É meu amigo, isso mesmo, o time que vinha da 3ª divisão podia se sagrar Campeão Brasileiro no mesmo ano. Mas voltemos ao caso do São Caetano.

O azulão ficou com o Vice do módulo verde perdendo para o Paraná, o que garantiu os dois finalistas no mata-mata do campeonato principal.

Nas oitavas de final, diante do Fluminense, o empate por 3x3 em São Paulo e a vitória por 1x0 no Maracanã, com direito a gol histórico de falta de Ademar, craque do time na época; selaram a passagem de fase dos desconhecidos do ABC.


Esquerdinha e Roger disputam a bola no duelo que colocou o azulão nos radares do Futebol nacional

Na etapa seguinte, dois grandes jogos contra o Palmeiras, com vitória por 4x3 e empate por 2x2 e classificação garantida novamente.

A semifinal foi a consolidação da força daquele time, pois ele venceu o Grêmio aqui por 3x2 e em Porto Alegre por 3x1.

Finalmente, a grande final. E pela frente, o São Caetano teve de enfrentar o temido Vasco, de Romário. Em São Paulo, empate por 1x1 e o jogo de volta estava 0x0 quando o alambrado do estádio São Junuário cedeu, ferindo  muitos torcedores que estavam enlatados feito sardinhas nas arquibancadas da arena vascaína. Esse acontecimento provocou o adiamento da partida para janeiro de 2001.

Em 18 de janeiro então, no Maracanã, Vasco e São Caetano duelaram pelo título nacional. A equipe carioca começou melhor, abrindo a contagem aos 30 minutos, com Juninho Pernambucano. Aos 37, o azulão reagiu com Adãozinho. Mas aos 39 e ainda no primeiro tempo, Jorginho Paulista deu um banho de água fria na equipe do ABC. A vitória e o consequente título vascaíno se concretizaram com Romário, aos 8 minutos da etapa final, decretando ali o fim do sonho do São Caetano de conquistar o Brasil. Mas aquela equipe já havia alcançado algo bem mais valioso: o reconhecimento nacional e um espaço no coração de muitos amantes do Futebol, que são simpatizantes o esporte bem praticado.


Ademar e Juninho Paulista em ação na final da Copa João Havelange de 2000: dessa vez, não deu pro azulão

Depois deste enorme feito, o São Caetano seria novamente Vice-campeão Brasileiro em 2001 e conseguiu façanha ainda maior em 2002, com o Vice-campeonato da Copa Libertadores daquele ano.

Enfim, no ano de 2004, os torcedores do azulão soltaram o grito de Campeão, com a conquista do Campeonato Paulista sobre a também surpresa Paulista de Jundiaí naquela oportunidade.

Esse foi o registro histórico de um time que saiu do anonimato e em poucos anos, ousou figurar entre os maiores clubes do país e até do continente. Um time que jogava um Futebol alegre e bonito de se ver. Esse time era o São Caetano. O azulão do ABC paulista!


Referências:

1- <<Esquadrão Imortal - São Caetano 2000-2002 - Imortais do Futebol>>. https://www.imortaisdofutebol.com/2013/04/24/esquadrao-imortal-sao-caetano-2000-2002/. Publicado em 24 de Abril de 2013. Consultado em 22 de Novembro de 2018.

2- <<Final da Copa João Havelange>>. https://pt.wikipedia.org/wiki/Final_da_Copa_Jo%C3%A3o_Havelange. Consultado 23 de de Novembro de 2018.

3- <<Clube dos 13>>. https://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_dos_13#Membros. Consultado em 24 de Novembro de 2018.



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